segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Renascer das almas




Hoje meu dia amanheceu com gosto antigo
Mesmas roupas, mesmo perfume, mesmas memórias
Temas de um inverno qualquer
Guardados no inverso do que é bom
Degustados como vinho antigo e cobertor quente
O dia nublado acinzentou o que ainda era colorido
Procurei aquecer a alma, me abrigar antes que congelasse
Ver o calor das coisas que ainda estão por vir
E ainda assim, vejo a liberdade petrificando as asas que me foram dadas
Como sinal de protesto a felicidade algemada que há de vir
E ainda sim vivo em busca do cheiro amadeirado de nascer e pôr do sol, o doce ritual do que se renova.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Entre doses de um martini qualquer



Hoje o passado bateu na minha porta
Deu um sorriso meigo e conservado em três doses de martini
Cuspiu palavras doces do tempo em que éramos ‘nós’
Deu a cara à tapa para as carícias sutis
Encarou de olhos esverdeados os rastros que deixou pelo caminho
Sussurrou mentiras belas, difíceis de não se admirar
Chamou-me de pequena esquecendo que cresci
Distribuiu as chaves do coração para a sortuda da vez
Encantou-se ao ver que a destruição que causara ainda doía
Deu as costas largas e fortes para minha doce esperança
Em passos cautelosos foi embora prometendo a fidelidade de um dia qualquer.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011



O tempo todo eu tive medo de perder
Medo de não dar certo
De não te ter mais aqui do meu lado
Eu nunca notei
Você já não estava aqui
Já não sabia o que te dava medo
Qual a sua fraqueza
O que você ainda esperava da vida
Foi ai que eu decidi
Não querer mais você
Acordar no meio da noite e não procurar seu número
Olhar no celular e ver somente as horas e não as mensagens
Nesse exato momento eu percebi que você já tinha ido faz tempo
E eu ainda esperava você voltar
Esqueci de viver meus sonhos pra viver os seus desejos
Tranquei-me nas duvidas enquanto o mundo ao meu redor me dava apenas uma certeza
Viva e deixe viver, o que é pra ser seu volta.