quarta-feira, 20 de outubro de 2010


E não se podem colocar as asas de um anjo uma vez que foram arrancadas, peço-lhe que não me tire a terra, pois ao céu não pertenço mais.
O véu da mentira cai sobre seu leito ao amanhecer, cada vestígio de vida abandona o teu ser ao abrir os longos cílios escuros que pertencem aos olhares indecentes que tens sobre teus demais.
Abandono-te ao revelar-me a vida que me fugia ao branco dos olhos, refugiando-me na existência de um ato insano para justificar tais comportamentos.
Num instante de agonia, afasta-se de mim, doce perjúrio, e condena-me a sentença de lhe amar até a última gota de juízo que restara.
Impeço-te de dizeres o amor em falsas sentenças, pois não se pode jurar algo que não sentes verdadeiramente.
Mágicos são os sussurros que soam como poesias ao sair de seus lábios vermelhos da vergonha alheia.
Esqueço-te por um instante e torna-se suicídio tal ato. Cortejo-te até o badalar de sinos, depois se torna dispensável a tua presença.
O querer me fere. Não se pode desejar o que não se quer, confesso-lhe que secretamente reservo meus lábios a ti, e ao estar na presença do mesmo, disfarço os desejos que me incendeiam os sonhos.
Acorrenta-me pudor voraz, sussurra-me o teu verdadeiro nome, diga-me o teu sobrenome, e assim lhe escrevo a carta, entrego-lhe a alma e parto sem demasiada inocência. 
Karina Carvalho Lançone de Oliveira

Um comentário:

  1. Showw está otimoo moça liiiinnda =) ... sem palavras depois que se lê tal coisa *--* parabens ;* s2

    ResponderExcluir