domingo, 26 de dezembro de 2010

teatro de máscaras






Sou o vento, a água, a flor
Na minha face demonstro amor
No teu leito derramo a lastima
E de se lastimar derrama-te o perdão
Eterna será e que dessa eternidade o julgamento seja feito
Cobrando o que será eternamente proveitoso a aquele que
Demasiadas vezes deveras ser feito de nuvem, posto que seja carne
O que é de sal, posto que adoce
O que é drama, posto que faça rir
Cortinas se fecham, retira-te de lá e revelar-te-ei o inferno aos olhos cobiçados
Das máscaras que caem aos sons de palmas espalmadas nas outras.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Designação do imaginário


Vivo de utopia e minha religião é o que me fazem crer
Não vivo de realidade embora ela me persiga
Vivo de mentiras fantasiosas, trancada a sete chaves no mundinho particular
Sinto e vejo, reparo e me deparo, choro e me espanto, múltiplas sensações
Ligo e desligo, digo oi e avermelho-me da falta de convívio
Nasço e morro, grito, embora as palavras não sejam ouvidas
E tudo faz parte, e tudo se encaixa a sintonia perfeita, a visão idealizada
O mundo ao redor cala ao me ouvir, essas falsas esperanças em falsos frascos
Vendem-se como se fosse fórmula original, mas esquece-se que o perfume varia
O conteúdo distinto entre os demais, e tudo se cria e tudo modificasse
Não há de se pensar que viveria numa realidade
Forjam-se as algemas, e cá entre nós elas se parecem com as de verdade
A liberdade não é mais real, não é mais deliciosa, é obrigatoriamente falsa
Aos demais sinto dizer o adeus e o beijo molhado fica aos que dessa utopia desfrutam.
                                                      
                                                                                        Karina Carvalho Lançone de Oliveira