Dos sete véus teces a face, das mais perfeitas formas e contextos
Buscam-te, ó perfeição, como efeito de grandeza, pudera eu a ter,
Oportuno seria, ao mero mortal, recriar-te sem pudor
Sem exageros, sem rancor, da inveja e cobiça de muitos
Ao fato de desejar-te assim
Passa tua melhor cor, pinte aos olhos o charme da conquista
Jogue incessante vaidade aos que por ela morrem
Mate em olhares delicados, com os cílios de porcelana das bonecas russas
Copie as bochechas rosadas vindas dos rochedos italianos
Brinque com o fogo alheio, faça arder as mais interessantes imaginações
Gaste seu tempo com a futilidade importante, desfrute das formas de se mudar
Seja castanha, seja azul cor de céu, seja verde esmeralda, olhe com todas as cores
Sinta e instigue os possíveis amores
Faça o charminho insinuado
Disfarce com a inocência
Mas com ar de decência mostre a mulher oculta
Clame por amor, diga sem pudor o que queres
Seja e sinta, delicia-te dessa oportunidade
Faça caras, bocas e sorrisos
Sente-se e mate, tua cor será o preto sagaz
Angelical e doentio terás o branco como opção
Meça os sentimentos, não se entregue por completo
Sinta a sede e molhe o paladar com as variedades
Descubra do que és capaz
Gaste e invista, não repita, tenha vontade do algo a mais
Use, abuse e ouse
Destaque os lábios da morte, vermelho sangue é teu sobrenome
Não te sinto como um pecado,
Cubro-te de glórias e recuso-me as criticas invejosas
Fazes tão bem a mim, pecado seria não te sentir