sábado, 22 de janeiro de 2011

Sete pecados capitais - Vaidade



Dos sete véus teces a face, das mais perfeitas formas e contextos
Buscam-te, ó perfeição, como efeito de grandeza, pudera eu a ter,
Oportuno seria, ao mero mortal, recriar-te sem pudor
Sem exageros, sem rancor, da inveja e cobiça de muitos
Ao fato de desejar-te assim
Passa tua melhor cor, pinte aos olhos o charme da conquista
Jogue incessante vaidade aos que por ela morrem
Mate em olhares delicados, com os cílios de porcelana das bonecas russas
Copie as bochechas rosadas vindas dos rochedos italianos
Brinque com o fogo alheio, faça arder as mais interessantes imaginações
Gaste seu tempo com a futilidade importante, desfrute das formas de se mudar
Seja castanha, seja azul cor de céu, seja verde esmeralda, olhe com todas as cores
Sinta e instigue os possíveis amores
Faça o charminho insinuado
Disfarce com a inocência
Mas com ar de decência mostre a mulher oculta
Clame por amor, diga sem pudor o que queres
Seja e sinta, delicia-te dessa oportunidade
Faça caras, bocas e sorrisos
Sente-se e mate, tua cor será o preto sagaz
Angelical e doentio terás o branco como opção
Meça os sentimentos, não se entregue por completo
Sinta a sede e molhe o paladar com as variedades
Descubra do que és capaz
Gaste e invista, não repita, tenha vontade do algo a mais
Use, abuse e ouse
Destaque os lábios da morte, vermelho sangue é teu sobrenome
Não te sinto como um pecado,
Cubro-te de glórias e recuso-me as criticas invejosas
Fazes tão bem a mim, pecado seria não te sentir


sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Ao som de Guns

Quero a rebelião constante
A mudança de estado das coisas
Quero o mundo desabando diante do que vejo
Quero sentir além de, apenas, ouvir
E sentindo o mesmo pulsar é que entenderei
A constante mudança do calmo para o inflamável
Sentindo tudo ao som de alguns acordes
Sinto-me livre em apenas quatro minutos
Desejo a mudança que nunca acontece
Quero tudo fazendo quase nada
Lutar sem sair do lugar

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011




Acorrento-me, agora, a sua insensatez, sua voraz necessidade de me deixar sem rumo
As possíveis interrupções voltam à tona e o que era um mero capricho volta a ser a opção
Não possuo forças, não possuo vontades, apenas movo-me aos teus passos, tua delicada sombra, ali, imóvel e incapaz de me dar aconchego
Frio e calculado, os pensamentos da mente que me controla, geladas e mórbidas, são as lágrimas que descem na face, já abandona os sonhos e a vida, corre do destino, desfruta de tua última refeição e me encobre nas asas acinzentadas de novo
Ganho o ar, deslizo de nuvens e vagos pensamentos, ecos de uma vaga ilusão
Fujo, corro, e ninguém parece se preocupar
Sumo abandono, fecho-me e já te perco mais uma vez.