segunda-feira, 16 de maio de 2011


Andava pelas ruas, nuas, vazias, como se procurasse a visão de algo
Sentia o aroma do nada em meio ao vento
Os cabelos faziam festa, dançavam para os lados e junto das mãos descobriam o rosto em lágrimas
Seguia sem rumo, junto ao desconhecido, acompanhada da solidão
E mesmo sozinha ainda olhava ao atravessar, com medo da morte lhe acompanhar
Pousava os pés no asfalto molhado do orvalho da manhã
Acreditava, ela, que eram suas lágrimas chegando antes da própria solidão
Sofria por antecedência, e deixou que aquele medo tomasse conta de tudo
Deixou a inocência dentro de casa, fugiu sem dar explicações
E continuava a andar, chorando as tristezas pelo caminho, sem olhar para trás
Olhava sempre para o chão, analisava o caminho, quantas pessoas haviam andado por ali
Mas hoje apenas ela andava
O efeito da bebida havia passado há horas, nada mais a fazia sorrir
E mesmo assim andava como quem procurasse um caminho para a felicidade.

Um comentário:

  1. Gostei da trajetória da personagem que não sabe ao certo pra ainda sim continua seguindo em frente. Gosto do jeito que narra, queria ter o dom da narrativa como vc! Bjão, conitnue escrevendo!

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