quinta-feira, 1 de março de 2012

Desabafo noturno entre lençóis



Deus tenha piedade
Deste coração que aqui Vos suplica
Amor igual este para sempre sobreviva
Que dentro de cada mentira possa haver verdade.

Em cada chama que acendi sem apagar
Espero que possa me perdoar
Pois só poderei a saudade matar
Quem meu coração resolveu se entregar.

Dentre terras e mares a desvendar
Teus mistérios me colocam a duvidar
Se realmente consigo
Ou se não vale a pena nem tentar.

Assim suplico mais uma vez
Meu Deus se assim pudera
Faz-me perder o pudor
Seguir sem temor
Deslizar em mãos trêmulas
Os anseios que em minha alma incendeiam.

E se cabe a mim, anjo, menina
Ser mulher, em brasas me banho
Saio por ai, andando
Em roupa de chamas e salto
Pra ver de cima, a figura marota do homem que venho amando.


Boemia de poucos





Silencia e de rouge, ao toque leve de mãos, dá-se cor e formato às maçãs jamais mordidas.

Entalha o caminho de sua felicidade no corpo.

Traça rotas de ataque, se defende de quem nunca será seu inimigo.

Derrama lágrimas destiladas em solo amigo.

Aguardente que escorre no rosto com destino final, deslizando em boca de gosto amargo.

Mergulha na claridade do olhar esverdeado que te conhece.

Nessa fissura de amar, coloca as cartas nessa mesa de boemia noturna.

Um gole desse martini no martírio de te querer.

Correndo contra o tempo, brincando com malandragem nessa mania de te amar.

22:22





Ouço teu drama
Me desfaço na cama
Coloco-me a chorar

De pernas cruzadas
De mãos atadas
O pensamento me leva no ar

Aqui sento e choro
Riu e Balbucio
Palavras sem pensar

Te peço em meus braços
Insisto nesses laços
Até você ligar

Eu ouço sua voz
No delírio de nós
Me coloco a pensar

Esse amor diferente
É coisa que a gente
Jamais pensou em escutar

E assim de repente
Me pego presente
Pensando na gente
Em todo lugar

Delírio





Quero saber dos anseios, desejos.

De quem aprecia minhas sutis palavras.

Da maneira que toca a alma na distância de um palmo, tela a frente nos separa o olhar.

Destilo opiniões diferentes, mergulhadas em elogios, verdades codificadas em textos digitados.

Não tocas para deixar digitais, mas sim para digitalizar impressões.

Bagunçando meu cabelo, amassando minha roupa, me deixando quase rouca, roubando o sorriso do canto da tua boca.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Despertar






A cada beijo uma mordida na boca entalhava minha vontade.
O toque de mãos inocentes abraçando o carinho do encostar dos rostos.
A luz do luar embebeda nossa boemia diária, nessa vontade de rir a toa com você.
Arrepiava tocando o ombro, e na maior inocência, os olhos se cruzavam em olhares cheios de vergonha e um toque de amor.
O gosto de hortelã misturava-se ao amargo perfume borrifado no pescoço e dava-nos a combinação perfeita da sintonia dos corpos e sorrisos que ali surgiam.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Um passo de liberdade



Da nossa distância faço o meu martírio,
E te querer aqui é desejo aguçado, nos mais claros sentidos
Meros passos separando a nossa vontade
Entre o que há de verdade e a bela mentira que criei
Querida saudade porque fazes tal mal a mim?

Insisto em dizer que você é meu
Pouso as pálpebras, o encontro delas me faz ver o que o coração não esqueceu
A mentira criada na esperança,
Reflexos de um dia que jamais aconteceu

Juro que não sei se me conhece,
Diz que sou teimosa, impaciente e impulsiva
Mas a cada dia que se passa,
Vejo que sou mais que essa pequena definição
Sinto que morro a cada passo em sua direção
E nessa brincadeira de olhares, corro dos braços da morte
Digo que sou forte e afasto meu corpo do sentimento que mata.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Amor de primavera


Mordia o pescoço, arrepiando a alma
E deslizava as mãos no rosto, desenhando uma risada tímida no canto da boca
Mergulhava no intenso olhar azul, fervendo seus instintos e estremecendo os músculos
Envolvia o corpo delicado nos braços, mostrando ao mundo que era tua e de mais nenhum pecador
Brincava ao pé do ouvido, propondo convites infames
Vivia aquela doce culpa de amar
Não pensava, apenas desejava
E sentia gosto de amor novo na ponta da língua