quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Amor de primavera


Mordia o pescoço, arrepiando a alma
E deslizava as mãos no rosto, desenhando uma risada tímida no canto da boca
Mergulhava no intenso olhar azul, fervendo seus instintos e estremecendo os músculos
Envolvia o corpo delicado nos braços, mostrando ao mundo que era tua e de mais nenhum pecador
Brincava ao pé do ouvido, propondo convites infames
Vivia aquela doce culpa de amar
Não pensava, apenas desejava
E sentia gosto de amor novo na ponta da língua


quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Tempo, a quimera dos que vivem





Como cheiro de perfume importado, marquei você em mim
Delicadamente voraz com ar de quero mais
Desenhei nas tuas linhas a beleza do por de sol
Escondi minhas vergonhas nas tuas costas entalhadas
Abracei teu ego, te ninei, cuidei como se fosse pra sempre meu
E ao olhar para o lado me vi sem você
Criou asas e abandonou o meu delírio
Pedi ao destino que me explicasse, e ouvi ‘só o tempo dirá’
Tempo é quimera, idealização de algo indefinido
Sem saber o que pensar, resolvi deixar o tempo, dono dos finais, me mostrar
E ao perceber tamanha reviravolta, vi minha vida definitivamente mudada
Estava ao lado de outro e você já nem sabia onde estava
Me vi ali vivendo, coisa boa de se fazer
E um dia te vi sofrendo, coisa que jamais gostaria de ver
E a roleta girou mais uma vez, um dia chorei, outro dia sorri, às vezes gritei e quase morri,
Mas morrer de amor é diferente, você morre por dentro, mas continua vivendo.

sábado, 3 de setembro de 2011

Um momento em janeiro



Em noite boêmia te conheci
Alegria, música e poesia, tanto que a visão turva nos afastou
E a risada diante de tal lembrança me fez te desenhar na memória
Riscar com traços imperfeitos, a alegria do momento
O abraço, o sorriso, a lembrança, a partida, e tudo se completa
Se a tristeza ousar se pronunciar nesse misto de amizade,
Te conto que na verdade ela veio em boa hora
Assim podemos saber quem realmente deve merecer tal abraço verdadeiro de amigo que nunca se vai embora.